Título: O Escravo de Capela
Autor: Marcos DeBrito
Páginas: 288
Ano: 2017
Editora: Faro Editorial
Onde comprar: Amazon
Autor: Marcos DeBrito
Páginas: 288
Ano: 2017
Editora: Faro Editorial
Onde comprar: Amazon
Sinopse:
QUANDO A MORTE É APENAS O COMEÇO PARA ALGO ASSUSTADOR.
“Cada página é como um golpe cruel de chicote. E sai muito sangue!”RAPHAEL MONTES — Autor de Dias Perfeitos e Jantar Secreto Secreto
Durante a cruel época escravocrata do Brasil Colônia, histórias aterrorizantes baseadas em crenças africanas e portuguesas deram origem a algumas das lendas mais populares de nosso folclore. Com o passar dos séculos, o horror de mitos assustadores foi sendo substituído por versões mais brandas. Em O Escravo de Capela, uma de nossas fábulas foi recriada desde a origem. Partindo de registros históricos para reconstruir sua mitologia de forma adulta, o autor criou uma narrativa tenebrosa de vingança com elementos mais reais e perversos. Aqui, o capuz avermelhado, sua marca mais conhecida, é deixado de lado para que o rosto de um escravo-cadáver seja encoberto pelo sudário ensanguentado de sua morte. Uma obra para reencontrar o medo perdido da lenda original e ver ressurgir um mito nacional de forma mais assustadora, em uma trama mórbida repleta de surpresas e reviravoltas.
O livro se passa no ano de 1792, no auge escravocrata do Brasil Colonia. O Escravo de Capela tem como cenário a Fazenda Capela. Nesta fazenda conhecemos a família Cunha Vasconcelos, que é composta pelo pai, Antonio Batista, o filho mais velho, Antonio Segundo e o filho mais novo, Inácio.
Antonio Segundo é um homem cruel e sádico, não sente dó e piedade diante dos escravos. Já Inácio é totalmente o oposto do irmão, ele é contra a escravidão e acha um absurdo as atitudes do pai e do irmão.
"— Escravo aqui só tem direito a duas coisas — continuou: — Primeiro: não ter direito a nada. E segundo: não reclamar desse direito. Se tem negro que discorda, para quem ainda não sabe, domesticar os selvagens é a função pela qual eu tenho mais apreço."
Em meio tanta crueldade e escravidão, conhecemos Sabola Citiwala, um novo escravo da propriedade que não entende a língua portuguesa e, com isso, não compreende direito as ordens que recebe. Sabola fica revoltado com essa vida, tornando-se um alvo para Antonio e sendo vítima de muita violência. Com o passar do tempo, a indignidade e revolta de Sabola só aumenta e ele planeja uma fuga, mas o seu plano não é bem sucedido e o mesmo acaba sendo morto. Após sua morte, coisas estranhas começam acontecer e a vida da Família Vasconcelos se torna um grande e terrível pesadelo.
"As pás foram movidas e o defunto desmembrado começou a ser enterrado sem sequer terem lhe retirado o saco encharcado de sangue da cabeça. Apenas a boca escancarada, que insistentemente buscara o ar nos seus últimos suspiros, estava descoberta e não foi poupada de ser alimentada com a terra que o encobria."
O Escravo de Capela é um livro bem escrito e construído, Marcos DeBrito abordou uma lenda do nosso folclore e encaixou em uma época terrível, criando uma história de terror fantástica. As mortes do livro são bem descritas e pesadas, nos deixando impactados. É um livro triste, sangrento e reflexivo, pois nos faz pensar sobre um dos piores e desumano período da historia.
"Tendo as costas do escravo como tela, o feitor pincelava de vermelho o seu escárnio. Naquela aquarela abstrata de sangue e suor, a dor encontrava bem o seu entorno."
Uma literatura de terror nacional cheia de reviravoltas e vinganças, uma obra para ser devorada e indicada sem receios. Esse foi o meu primeiro contato com a escrita do autor, e os livros de Marcos DeBritos estará, sem dúvidas, na minha lista de leituras imperdíveis.
"Sonhar ainda é uma das poucas coisas que os brancos não tiraram da gente."













Uma coisa que me deixou na dúvida.
ResponderEliminarVocê diz que "O livro se passa no ano de 1972, no auge escravocrata do Brasil Colonia.", só que a escravatura é abolida no Brasil ainda em 1888.
Talvez tenha sido só um errinho de digitação, eu espero.
Parece bem interessante o livro. Acho que a gente tem mesmo que valorizar mais nosso folclore. E é sempre bom ver resenhas de livros nacionais.
Um abraço.
Willian Vulto
https://lugarnenhum.net
Olá, William.
EliminarO erro foi de digitação mesmo. Muito obrigada pela observação.
Agradeço também a visita. Volte sempre! :)
Olá! Tudo bem?
ResponderEliminarQue grande achado! Nunca ouvi falar nesse livro, mas me surpreendi. Esse livro tem uma questão histórica latente e usar lenda do folclore para compor a narrativa é lindo. Um livro bem Brasil. Quero ler!
Abraço.
Diego, Blog Vida & Letras
www.blogidaeletras.blogspot.com
Olá! Tudo ótimo e com você?
EliminarPrecisamos mais de livros "bem Brasil" na nossa literatura nacional, né? Quando acho um, vou correndo ler. E está mais do que recomendado. :)
olá , tudo bem ? Gosto deste tipo de literatura , ainda não conhecia o escravo de capela ,
ResponderEliminara resenha já mexeu comigo , já quero ler . Bjsss
Realmente o que está escrito, não relata toda a dor desse folclore brasileiro, todo preconceito, com a pessoa humana como eu e vc!
ResponderEliminarNão conhecia esse folclore
massa ser nacional
Bjs
https://samhallo.blogspot.com.br/
Olá, tudo bem?
ResponderEliminarNão conhecia o livro, mas já gostei bastante da história que nos foi apresentada. Achei interessante ser uma obra baseada em um folclore e que retrata um período tão importante do nosso país. Creio que a leitura seja interessante, ainda mais por tantos elementos. Sua resenha ficou muito boa e conseguiu despertar a minha curiosidade. Com toda certeza vai para a minha lista!
beijos!
Oiie,
ResponderEliminarQuase nunca leio livro do tema, não é por não gostar rsrs, mas olha confesso que muitos eu não vejo pq não me chama atenção mas vou falar que esse até me deixou um ar de curiosidade pq parece um livro bem pesado (meu tema favorito é romance), mas mesmo assim o livro não deixa de ser ruim pra mim =).
Não gosto de histórias com fantasias das brabas rs. Mas confesso que este autor é conhecido pela qualidade de suas histórias sobre o "extraordinário". E a verdade é que as pessoas gostam deste imaginário, ainda mais quando tem uma dose substancial de sangue. Um deleite para os apreciadores. Boa leitura para seus fãs.
ResponderEliminarwww.unalome.com.br
Oi Narah, tudo bem? Não conhecia esse livro da Faro, mas adorei saber mais. Além de tratar de um assunto tão marcante para o nosso país, a ideia de agregar o folclore parece ser ótima. A sua resenha me deixou curiosa com a leitura. Pelas fotos também pude perceber como a edição do livro está caprichada. Obrigada pela dica!
ResponderEliminarBeijos,
Blog Luna literária